De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 13% da população entre 60 e 64 anos sofre com depressão. No entanto, o diagnóstico e o tratamento da doença em idosos podem ser mais complicados devido ao quadro de saúde em relação a outros problemas de saúde.
O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) acredita que a estimulação magnética transcraniana repetitiva é a chave para o tratamento deste grupo. O processo não é invasivo e consiste na estimulação de pequenas regiões do cérebro.
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Durante a depressão os neurônios não se comunicam bem e impossibilitam a liberação de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e recompensa. Mas, com o tratamento, a comunicação cerebral volta ao normal, trazendo uma melhora cognitiva.
“Como não é um tratamento farmacológico, ele não tem interação medicamentosa e não interage com outros órgãos. Isso é importante para o público idoso”, afirma o psiquiatra coordenador do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação do IPq, Leandro Valiengo.
O médico alerta que, infelizmente, o tratamento pode não funcionar para alguns pacientes. De acordo com a pesquisa, a taxa de eficácia está entre 50% e 60%, a mesma encontrada no tratamento feito com base em antidepressivos.
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“Não é um método muito usado. Mas é interessante pensar em uma forma praticamente isenta de efeitos adversos para uma população tão exposta a medicamentos. Mais pesquisas são necessárias para que se torne um método alternativo válido para o tratamento da depressão em idosos”, relata a diretora Científica da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Christiane Machado Santana.
O tratamento foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2012, porém, é pouco usual devido seu alto custo. O IPq do Hospital das Clínicas da USP oferece a pesquisa sobre estimulação eletromagnética para idosos com depressão, basta entrar em contato pelo e-mail: pesquisa.neuropsiquiatria@gmail.com.
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