Billie Eilish foi a mais recente convidada da atração My Next Guest Needs No Introduction with David Letterman, da Netflix. Nessa ocasião, a cantora entrou em detalhes sobre a síndrome de Tourette, condição com a qual está diagnosticada desde os seus 11 anos de idade.
Durante a sua entrevista, Billie Eilish contou que os tiques que acompanham a síndrome de Tourette costumam ser bem sutis, como uma contração muscular, um piscar de olhos ou um movimento da cabeça. “São coisas que você nunca notaria se estivesse apenas conversando comigo, mas para mim, elas são muito exaustivas”, comentou ela.
A cantora ainda chegou a dizer que muitas pessoas costumam reagir aos tiques com risinhos. “Se você me filmar por tempo suficiente, verá muitos tiques. A reação mais comum das pessoas é a risada, porque acham que estou tentando ser engraçadinha ou algo do tipo. Sempre fico incrivelmente ofendida com esse tipo de coisa”, acrescentou ela.
A síndrome de Tourette se trata de uma condição neurológica e hereditária, caracterizada principalmente por tiques, sons e movimentos involuntários, que devem estar presentes por pelo menos 12 meses para que se tenha o diagnóstico final. A maior parte dos pacientes costuma apresentar também Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Esses movimentos involuntários geralmente começam durante a infância e variam em gravidade e frequência. Os padrões são influenciados por fatores emocionais, como estresse e êxtase. Os tiques podem ocorrer em praticamente qualquer parte do seu corpo e também em qualquer músculo, e podem representar até mesmo tensão muscular abdominal, por exemplo. Alguns exemplos de tiques motores e vocais mais comuns, segundo a associação Tourettes Action, são:
- Piscar os olhos
- Rolar os olhos
- Caretas
- Encolher os ombros
- Sacudir a cabeça
- Assobiar
- Limpar a garganta
- Tossir
- Estalar a língua
- Grunhir
Pacientes com Tourette podem controlar os seus tiques?
Embora os tiques sejam completamente involuntários, muitas pessoas são capazes de suprimir seus tiques por um curto período de tempo. É como piscar: por um curto período de tempo, é possível manter os olhos bem abertos e evitar piscar, mas eventualmente a necessidade de piscar se torna incontrolável.
Os especialistas ressaltam que é bastante comum, por exemplo, que uma criança com síndrome de Tourette tente conter os tiques na escola, mas acabe expressando bem mais quando está em casa, por se sentir mais à vontade.
A síndrome de Tourette pode ser administrada através de terapias cognitivas e medicamentos, o que ajuda bastante a reduzir a frequência e a intensidade desses movimentos involuntários. Pesquisadores têm trabalhado para tratar casos muito graves através de neurocirurgia, cuja técnica ainda está em fase de estudo, então ainda há uma longa caminhada rumo a essa ótima possibilidade.