A candidata a vacina contra o vírus HIV desenvolvida pela Johnson & Johnson apresentou eficácia de apenas 25% contra a doença. O número foi anunciado pela gigante farmacêutica e autoridades de saúde dos Estados Unidos nesta terça-feira (31). Com este índice de eficácia, os pesquisadores entenderam que o candidato a imunizante não forneceu a proteção adequada na prevenção ao HIV.
Durante os ensaios clínicos, a candidata a vacina não provocou nenhum efeito colateral grave nas voluntárias, mas também não gerou resposta imune satisfatória. O ensaio clínico recebeu o nome de Imbokodo e todas as voluntárias eram mulheres jovens de cinco países da África Subsaariana. Os pesquisadores lamentaram a baixa eficácia da vacina, mas enfatizaram que os dados serão úteis.
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Como foram os testes?
Para concluir que a candidata não era uma boa vacina, a Johnson & Johnson realizou testes com cerca de 2.600 mulheres, com idades entre 18 e 35 anos, todas elas habitantes de Malaui, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue. Essa região foi escolhida porque mulheres e meninas representam a maior parcela dos novos casos de HIV no continente.
Os testes começaram em 2017, quando 1.079 participantes receberam a vacina, que foi dividida em quatro injeções ao longo de um ano, e outras 1.109 receberam um placebo. Entre as que tomaram o imunizante, 51 contraíram o vírus, no grupo placebo, o número de infecções foi 63. Os dados foram aferidos dois anos após a aplicação da primeira injeção.
Outras candidatas
De acordo com o diretor científico da Johnson & Johnson, Paul Stoffels, apesar de a candidata não ter fornecido proteção o suficiente contra a infecção pelo HIV, os resultados obtidos no ensaio Imbokodo devem fornecer descobertas importantes para o desenvolvimento de uma vacina no futuro. Em paralelo ao Imbokodo, a Johnson & Johnson trabalha em outros ensaios clínicos para uma vacina contra o HIV.
O foco de uma desses ensaios é em homens que fazem sexo com outros homens e em indivíduos transexuais, que são aqueles que se identificam com um gênero divergente de seu sexo biológico. A previsão é que este outro estudo seja concluído em março de 2024, e os voluntários e voluntárias são de países nas Américas e Europa, onde a cepa dominante é diferente da que existe na África.
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A tecnologia aplicada na candidata a vacina do HIV da Johnson & Johnson é a do adenovírus inativado, a mesma utilizada nas vacinas da AstraZeneca, Janssen e Sputnik V contra a Covid-19. Neste tipo de vacina, um adenovírus, que é um vírus relativamente inofensivo, é inativado e tornado capaz de transportar informações genéticas que permitam ao corpo lutar contra um outro vírus.
Além da Johnson & Johnson, outras empresas farmacêuticas estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o HIV. Uma delas é a Moderna, que foi uma das primeiras a conseguir concluir uma vacina de mRNA contra a Covid-19. De acordo com a empresa, os testes de duas candidatas devem ser iniciados em setembro deste ano, mas sem data para divulgação dos resultados.
Via: G1
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