O uso de cigarros eletrônicos e outros dispositivos vaporizadores conhecidos como vape, nos últimos anos aumentou bastante entre os adolescentes. Estudos apontam que o surgimento desses dispositivos contribuiu para aumentar a exposição dos adolescentes à nicotina.Adolescentes que nunca experimentaram cigarros tradicionais se sentem mais atraídos pelos cigarros eletrônicos, que estão disponíveis em mais de 1500 sabores vaporizáveis. Um estudo nos EUA com adolescentes de 12-17 anos mostrou que 81% deles foram estimulados a fumar em função da disponibilidade de produtos saborizados existentes.
O National Institutes of Health nos EUA reportou um aumento de 27,8% em 2017 para 37,3% de adolescentes usando vaping devices em 2018. Em números absolutos, estima-se que em 2017 o número de adolescentes em uso de cigarros eletrônicos e outros dispositivos vaporizadores era de 2,1 milhões; em 2018, esse número aumentou para 3,6 milhões.Com o aumento de adolescentes usuários de cigarros eletrônicos, aumenta-se também a preocupação com os efeitos nocivos desses dispositivos à saúde dos pacientes nessa mesma faixa etária. Os líquidos comercializados para vaporização contém propilenoglicol ou líquidos derivados de glicerina vegetal com nicotina, substâncias saborizadoras, metais e outros produtos químicos. Os líquidos de sabor doce têm uma quantidade maior de produtos químicos do que aqueles com tabaco ou de sabor menta.
Problemas respiratórios foram relatados durante e após o uso dos vaping devices, incluindo síndrome do desconforto respiratório agudo, doenças pulmonares, sintomas persistentes de bronquite crônica e asma.
Mais de 20% dos produtos comercializados contém substâncias químicas potencialmente tóxicas, como álcool benzílico, benzaldeído, vanilina, acroleína e diacetil. Os saborizadores trazem risco potencial de doenças obstrutivas pulmonares. O uso de cigarros eletrônicos também parece estar associado a aumento do risco cardiovascular. A nicotina, frequentemente usada nos vaporizadores, traz uma série de riscos à saúde dos adolescentes, incluindo anormalidades no desenvolvimento do hipocampo e do córtex cerebral. Várias outras substâncias contidas nos líquidos para cigarros eletrônicos parecem estar potencialmente ligados a cânceres de pulmão, bexiga, estômago e esôfago.